Daniel Ricardo Thomé

Tive a oportunidade de conhecer um grupo escoteiro em 1992. Na ocasião, minha mãe me levou para realizar atividades junto a alcateia do já extinto G.E. Mirins, que utilizava a sede da Guarda Mirim de Piracicaba. Participei de algumas atividades e acantonamentos por um período de um ano, mas devido ao longo deslocamento até a sede dos escoteiros, e ao custo do transporte, tive que deixar o grupo.

 

Mas o incentivo materno que desde muito criança alimentava o desejo de me tornar um escoteiro, não sucumbiu. Em 1992 descobri que havia um grupo escoteiro que realizavam atividades no Oratório São Mário, no bairro Areião, a 2km de casa. Foi ali que vi a oportunidade ingressar. Todos os sábados a tarde fazia o percurso de ida e volta a pé até o oratório, local da atividade. Na ocasião convidei os primos e meninos do bairro para ingressarem no Grupo. No dia de atividade, fazíamos o trajeto a pé passando de casa em casa até chegar ao Grupo.

 

Minha primeira patrulha foi a Canguru, o qual fui submonitor. Mas fui realocado para a patrulha Búfalo, o qual deslumbrei da função de monitor. Realizei minha promessa em 06/03/1993. Conquistei os cordões, insígnias e inúmeras especialidades. Não fui Escoteiro Lis de ouro devido a processos burocráticos.

 

Deixei o grupo aos dezesseis anos, pouco tempo depois de ter passado para Tropa Sênior. Resolvi me dedicar aos estudos e a vida profissional.

 

 

 

No final de 2006, recebi a informação que o Grupo Escoteiro havia sido despejado da sua atual sede (Fazenda Areião), e me procuraram para auxiliar no transporte da mobília do grupo. Muitos integrantes já haviam deixado o Grupo. Naquela época eu estava construindo minha casa, mas a obra estava parada, então, a ofereci para guardar a mobília até que alguma decisão fosse tomada, se o grupo adormeceria ou iniciaria em uma sede nova.

 

Assim, nove anos depois de ter saído, aos 25 anos, já terminado a faculdade, resolvi retornar ao Grupo Escoteiro com a missão de auxiliar na reestruturação, e construir uma sede em um terreno da prefeitura. Nosso desafio foi iniciar a obra sem recursos e fonte de recursos, em um terreno baldio irregular, e com um efetivo de voluntários reduzido.

A fé e a determinação nos fazem acreditar que é possível. De lá para cá colaborei com o planejamento estratégico de mobilização de recursos, afim de desenvolver todas as áreas do grupo escoteiro. Exerci vários cargos, entre eles: chefe escoteiro, diretor financeiro e hoje estou como diretor presidente. Alcancei algumas graduações, entre elas a Insígnia de Madeira do Ramo Escoteiro e Dirigente. E na linha de formação de novos adultos, conquistei a terceira conta da Insígnia de Madeira para atuar como diretor de curso intermediário, o qual contribuiu para dirigir inúmeros cursos para formação de novos Escotistas e Dirigentes dos grupos escoteiros da região.

 


O amor e gratidão pelo escotismo, pela promessa que realizei, pelos ensinamentos da Chefe Dalva, Chefe Hugo e demais chefes, me fizeram retornar. Encontrei no Grupo Escoteiro a Chefe Alessandra, com que me casei e construí minha família com um casal de filhos. Ela também vem de uma família escoteira.

 


Agradeço a Deus pela oportunidade de poder contribuir com o Grupo Escoteiro São Mário, pois, ele me deu o que tenho de mais valioso: meu caráter e minha família. 

 


Não sei por quanto tempo estarei atuando como voluntário, mas sei que quando deixar o GE, entregá-lo-ei muito mais consistente de quando reingressei. Minha missão está próxima de terminar, e quando isso acontecer, saberei que o GE não correrá o risco de adormecer, e no futuro muitas mais crianças terão oportunidade de participar e absorver os valores do escotismo, contribuindo para uma sociedade melhor.